Camisa 10 substitui Taison, marca de falta na vitória por 2 a 0 sobre o União Frederiquense e é celebrado por companheiros, Medina e torcedores no Beira-Rio
Quem diria que D’Alessandro, após liderar o Inter aos títulos da Libertadores, Sul-Americana e Recopa, a brilhos em Gre-Nais e outras tantas partidas épicas chancelaria o dia mais importante no clube na (segunda) volta ao Beira-Rio?
O gol derradeiro na vitória por 2 a 0 sobre o União Frederiquense na noite de sábado, pela segunda rodada do Gauchão, coroou o retorno nesta despedida do futebol em uma noite de reencontro com os fãs, o carinho dos companheiros e a presença da família.
– É difícil explicar. São coisas que acontecem, que procuramos. Pelo menos eu. No momento certo, a sorte acompanha, porque trabalho. Me dedico. Quase 22 anos de carreira. Abracei todas as causas do clube. Estou muito feliz. Um dia bem marcante – disse D’Alessandro nas redes sociais do clube.
O sábado mexeu com o jogador de 40 anos. Após defender o Nacional-URU em 2021, começava a despedida da carreira no clube onde mais brilhou. Ao entrar em campo para aquecer, já recebeu o carinho dos fãs, algo que o acompanhou até após o duelo no Beira-Rio.
No banco, enquanto torcia pela equipe, conversava com os colegas e buscava incentivar quem estava no gramado. Somente aos 30 minutos do segundo tempo ocorreu o momento que mexeu com os 9.871 presentes.
D’Ale substituiu Taison. A mudança já era simbólica. Afinal, o histórico camisa 10 entrava no lugar do amigo. Não só recebeu a braçadeira de capitão como um beijo do antigo companheiro.
O meia aproveitou para fazer aquilo que acostumou os torcedores a ver. Regeu o time com orientações, passes e movimentação. Porém, o momento dos sonhos estava por vir. Caio Vidal sofreu falta de Joãozinho aos 37 minutos próximo à área.
Alexander Medina abraça D’Alessandro após o gol do meia — Foto: Ricardo Duarte/Divulgação, Internacional
Quem pegou a bola? D’Alessandro, claro. Cobrou no canto direito. A bola passou entre Rodrigo Dourado e a barreira. Luis Cetin até tocou, mas não evitou que ela estufasse a rede.
Foi o 96º gol do argentino pelo Inter, o 15º de falta. O lance brindou a noite. Alexander Medina, a quem deu um efusivo abraço antes de o jogo recomeçar, vibrou com o pupilo.
– Não discutirei a qualidade e hierarquia que tem Andrés. Creio em jogadores com auras diferentes em clubes. É muito identificado com a história recente do Inter, conquistou títulos, é muito feliz no clube e transmite isso. Entrou muito bem, com bons movimentos, inversões, criou situações e converteu a falta. Não me surpreende – destacou o treinador.
Emocionado, D’Alessandro colocou as mãos na cabeça, abriu os braços e correu em direção à bandeira do escanteio. Então, sumiu em meio aos colegas até ser colocado nos ombros por Taison, entre aplausos de todos os presentes. Ainda beijou o escudo do Inter enquanto abanava ao público.
Ao final da partida, D’Ale concedeu entrevista e falou sobre a emoção em marcar com a presença da família. Após cumprir o protocolo, trabalhou com os colegas que não atuaram ou tiveram poucos minutos em campo antes de receber mais o carinho dos torcedores e voltar ao vestiário.
De quebra, chegou a 518 jogos pelo Inter, a cinco de empatar com Bibiano Pontes, o segundo com mais partidas pelo clube, só atrás de Valdomiro, com 803.
O primeiro capítulo da última passagem do camisa 10 emocionou a todos. Energizado, D’Ale busca a próxima oportunidade para mostrar que tem a contribuir. Alguém ainda duvida? A ver o que oferecerá diante do São Luiz nesta quarta, no 19 de Outubro, em Ijuí.
Fonte: ge