O segundo seminário da Universidade Nacional de Singapore (NUS) sobre longevidade sobre o qual escrevo é a apresentação de Ivan Katchkov, empreendedor que acabou de lançar a plataforma Kalibra, que se propõe a ser um guia para o envelhecimento saudável. Ainda em versão beta, é grátis para quem quiser entrar nessa primeira fase do aplicativo, que usa inteligência artificial para traçar um programa personalizado para cada participante, como explica seu criador:
“Em primeiro lugar, não se pode dizer há ‘a saúde’ em estado pleno versus a doença. O que existe é um amplo espectro no qual vivemos e o mais importante é o cuidado contínuo. Nunca tivemos tantas informações sobre nós mesmos, e é esse cuidado personalizado que vai prevenir enfermidades e possibilitar administrar condições crônicas”.

Katchkov e seu time criaram seis pilares para que, como afirma, todos possamos “viver uma vida com mais anos e mais anos com saúde”. Três deles são físicos e, os outros três, mentais/emocionais. Aliás, como este blog já registrou várias vezes, impossível dissociar a saúde física da mental, porque interagem e uma afeta a outra. Sobre os pilares:

  1. Nutrir-se: a importância da alimentação e da hidratação; o equilíbrio da microbiota (“como extrair nutrientes e eliminar toxinas”).
  2. Mover-se: exercícios aeróbicos, de resistência, força e equilíbrio, como manter a massa muscular e proteger a densidade óssea.
  3. Descansar: a higiene do sono, fundamental e cada vez mais objeto de estudos.
  4. Conectar-se: a rede de relações e de afetos que nos sustentam emocionalmente.
  5. Refletir: a conexão consigo mesmo (não necessariamente fazer meditação, mas estar focado em si mesmo). E aqui Katchkov sugere inclusive que desinstalemos aplicativos e passemos uma semana fora das redes sociais, para avaliar se fizeram tanta falta assim…
  6. Crescer: como vamos nos conectar com nosso futuro eu, para termos sempre um propósito que nos enriqueça. “Veja que ambientes estimulam o melhor de você”, ensina.

O Kalibra reúne dados de todas essas áreas – a começar pelas informações de um check-up ou, pelo menos, de um exame de sangue com o máximo possível de biomarcadores – para montar o que Katchkov chama de “a receita” de cada um:

“Atletas podem estar muito bem do ponto de vista físico, mas com sérios problemas no campo dos relacionamentos. A saúde não pode ficar na terceira pessoa, como se o médico fosse resolver tudo. Precisamos de uma grande mudança mental neste sentido e a jornada começa hoje: organize seus dados, programe suas ações e as transforme em hábitos. Se você tem menos de 80 anos, tente novas coisas. Se tiver mais de 80, também tente novas coisas”.

Fonte: Bem Estar