Alvo de busca e apreensão pela PF, deputado que chefiou Abin no governo Bolsonaro foi indicado pelo filho do ex-presidente para integrar CCAI
Num desses requerimentos, o deputado, que foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal na semana passada, tentou aprovar que 11 órgãos do governo — do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) à Força Nacional de Segurança Pública — enviassem todos os documentos, informações e informes emitidos entre 2 e 9 de janeiro de 2023, “com o objetivo de alertar ou acautelar autoridades e entes públicos sobre os riscos envolvendo os atos ocorridos no último dia 8 de janeiro nas Sedes dos Três Poderes”. Entre esses órgãos estavam também a Abin e todos os setores de inteligência das Forças Armadas. Esse requerimento acabou retirado da pauta.
ONGs
Ramagem tentou ainda acesso a todos relatórios de inteligência, briefings (informes) e relatórios semanais elaborados pela Abin, nos últimos 10 anos, que envolvam a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Via Campesina, que também atua na busca pela reforma agrária. Seu pedido foi rejeitado pela maioria da comissão.
O deputado, ex-chefe da Abin no governo Bolsonaro, conseguiu aprovar que a agência que chefiou encaminhe à CCAI todos os relatórios, dos últimos 10 anos, que tenham como tema principal a ação de todas ONGs (Organizações Não-Governamentais), nacionais e estrangeiras, que atuam no país.
Num requerimento coletivo, de autoria de seis integrantes da comissão, foi aprovado o envio de informações e teor de inquéritos referentes à Operação Última Milha, da Polícia Federal, que investigou o rastreamento irregular de celulares pela Abin, pelo software FirstMile, um sistema que está no centro de um escândalo neste momento, que envolveu até busca na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro e no gabinete e na residência do próprio Ramagem. Esse pedido foi aprovado no fim de outubro do ano passado e requereu informações à Abin, à Controladoria-Geral da União (CGU), ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à PF.
Fonte: CorreioBraziliense