Senado deve votar, quarta-feira, PLs que tentam impedir que disparada do petróleo empurre inflação e bata no consumidor
O Senado discute, nesta semana, as medidas para a redução dos preços dos combustíveis. A casa vota na sessão de quarta-feira o Projeto de Lei (PL) 1.472/2021 e o Projeto de Lei Complementar (PLP) 11/2020, que pretendem promover um alívio no bolso do consumidor e evitar o impacto generalizado que o alto preço do petróleo pode ter no mercado nacional.
Os projetos assumem lugar de destaque agora depois da disparada no preço do barril de petróleo do tipo Brent — que é usado como referência internacional — causado pela invasão da Ucrânia. Na abertura do mercado asiático, ontem à noite, o valor chegou a US$ 139,13 (aproximadamente R$ 706).
A Rússia é o segundo maior produtor de petróleo e derivados do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos — segundo os mais recentes dados da Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês). Até o momento, a Petrobras não repassou a alta para os consumidores — a projeção é de que a situação não dure muito.
Os projetos foram colocados em pauta em 16 de fevereiro, mas o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu adiar a votação. A crise internacional forçou o tema a voltar ao centro das discussões na Casa e tem apoio do presidente Jair Bolsonaro, que teme o impacto da inflação na sua popularidade.
O PL 1.472/2021 estabelece a criação de diretrizes de preços para diesel, gasolina e GLP, além de instituir imposto de exportação sobre o petróleo bruto e de criar um Fundo de Estabilização para os preços — que seria composto pelos royalties da venda do petróleo. O relator do projeto, senador Jean Paul Prates (PT-RN), estima que os preços dos combustíveis nas bombas podem diminuir entre R$ 1 e R$ 1,50 até o final do ano, caso haja aplicações suficientes nesse fundo regulador.
“A conta é que a cada R$ 500 milhões investidos, R$ 0,10 são reduzidos na bomba. O dinheiro que nós previmos para a conta são dividendos da Petrobras pagos ao governo, royalties e demais participações na indústria que são proporcionais ao preço do petróleo. A ideia é o governo devolver o lucro extraordinário à população”, salienta o senador.
Já o PLP 11/2020 propõe alterações na cobrança do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), arrecadado pelos estados. A proposta é que o tributo seja aplicado sobre o litro do combustível um valor fixo, e não por um percentual no valor final da compra, como é hoje.
Fonte: CorreioBraziliense