“Antes eles pegavam o ônibus na região do Bom Jesus, mas a prefeitura retirou e colocou um ponto que estendeu 1 km a mais, para os alunos caminharem a pé até conseguir o transporte”, contou o pai de dois alunos, Márcio Aruá.
Segundo Márcio, no antigo ponto de ônibus — que passava por dentro da TI — os alunos ficavam mais seguros. Agora o novo local de embarque não tem cobertura ou bancos.
“Eles já chegaram a pegar chuva esperando ônibus. É algo fora da realidade. Além disso, se os alunos usarem algum veículo para facilitar o caminho, eles não têm onde deixar, correm o risco de perder”, pontuou.
Em busca de melhor ensino
Márcio Aruá afirmou que existe uma pequena escola estadual dentro da Terra Indígena, mas com um formato de ensino diferente do que se encontra na cidade.
“O estudo aqui é diferenciado para os indígenas, pois faz parte de um projeto do governo e eles querem que as crianças fiquem aqui dentro. Hoje meus filhos precisam estar preparados para disputar um cargo com as pessoas lá fora e não com os indígenas daqui de dentro. Por isso eles querem estudar e buscar mais conhecimento na cidade”, pontuou.
Os pais afirmaram ainda que já tentaram buscar ajuda com a prefeitura e governo do estado para conseguir um transporte acessível aos filhos, no entanto, não tiveram resposta.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação de Alta Floresta do Oeste negou que os alunos indígenas estão desassistidos em relação ao transporte escolar.
“A falta de transporte acessível após mudança na rota de ônibus escolar não condiz com a realidade, uma vez que a prefeitura do município de Alta Floresta possui dois veículos tipo ônibus, com capacidade superior a 40 lugares, exclusivos para atender a população indígena local, que conta com duas escolas atendidas com transporte”, diz o secretário Glicério Bittencourt Queiroz.