Um dos pontos elogiáveis do trabalho de Rogério Ceni no São Paulo, nesta temporada, é a gestão do elenco.

Sob a sombra do trauma das constantes lesões que atrapalharam o time no ano passado, o treinador definiu prioridades para 2022 e dosou a participação de seus jogadores para tentar amenizar o desgaste natural de um calendário que o obriga a jogar, quase sempre, a cada três dias.

Tem dado certo, com poucas lesões musculares e bons resultados – o vice-campeonato do Paulista superou expectativas, ainda que não se ignore a frustração pela derrota na final nas circunstâncias em que ela aconteceu.

Esse preâmbulo serve para justificar a escolha de Ceni, que tem utilizado uma maioria de jogadores reservas na disputa da Copa Sul-Americana, um torneio em que há um notável desnível técnico entre as equipes que disputam a fase de grupos.

Contra o Jorge Wilstermann, na Bolívia, na última quinta-feira, o time misto que entrou em campo não fez um jogo primoroso, mas foi o suficiente para vencer por 3 a 1, mesmo com a altitude de 2.500 metros de Cochabamba.

Bastou para cumprir a missão da equipe, de se colocar como favorita à única vaga do Grupo D nas oitavas de final. Com nove pontos e três jogos a fazer, dois deles em casa, só uma tragédia tirará o São Paulo da próxima fase – o Everton tem quatro pontos, na segunda posição, com o Ayacucho logo atrás, com três, e o Jorge Wilstermann na lanterna, com um ponto.

Serviu, também, para mais uma vez preservar parte de seus titulares – Calleri, por exemplo, não viajou à Bolívia.

Em campo, Léo, Igor Gomes, Alisson e Eder, dos quem têm sido utilizados com mais frequência, começaram a partida. O meia, mais uma vez, se destacou – contrariando as críticas que o acompanham pela irregularidade – e fez o primeiro gol, numa boa jogada de Igor Vinícius pela direita.

Arboleda, cujo status de titular é uma incógnita, errou pouco depois. Num lance sem necessidade, derrubou Osório, que estava de costas para o gol tentando dominar uma bola, e deu um pênalti de presente para um rival que parecia inofensivo. O Jorge Wilstermann empatou.

São Paulo voltou melhor no segundo tempo, com Rigoni e Andrés nas vagas de Luciano e Luan, e desempatou antes dos 20 minutos. Eder sofreu um pênalti indiscutível, Reinaldo – para variar – converteu.

Depois do segundo gol, o São Paulo foi pressionado e poderia ter sofrido novo empate fosse a equipe boliviana um pouco melhor. No fim, Marquinhos fez um golaço de fora da área e ampliou para 3 a 1.

Aos reservas que jogaram, também a chance de criarem dúvidas na cabeça de Ceni. Reinaldo é um desses, em boa partida, numa posição em que se divide com Léo e Welington, e que parece sempre em disputa.

Marquinhos também demonstrou merecer mais oportunidades no ataque, não só pela própria atuação, mas também pelo desempenho ruim de Luciano e Rigoni, ainda longe de seus melhores momentos no clube.

Na próxima segunda-feira, o São Paulo volta a campo pelo Brasileiro, torneio que é considerado o mais importante pela comissão técnica, e no qual tem quatro pontos em três jogos. Terá pela frente o Santos, no Morumbi, às 20h.

Fonte: ge