A partir do mês de abril, uma série de atividades preventivas e terapêuticas serão oferecidas aos Oficiais

A Corregedoria Geral da Justiça (CGJ), em colaboração com as lideranças dos oficiais de justiça e a Divisão de Saúde (Disau), está realizando um programa de acompanhamento psicológico com os oficiais de justiça. A iniciativa sucedeu após um congestionamento no comprimento dos mandados, que após uma análise verificou-se que tal congestionamento estava sendo causado, por problemas relacionados à saúde mental dos oficiais.

Por conta disso, vários Oficiais de Justiça tiveram seus mandados redistribuídos entre outros colegas de trabalho, que possuíam disponibilidade, e colocados sob supervisão de saúde. Uma medida necessária, já que a saúde mental é uma questão de grande importância que afeta não apenas o desempenho no trabalho, mas também a qualidade de vida das pessoas.

O coordenador da Central de Mandados de Porto Velho (CEM-PVH), João Fabrício de Camargo Garcia, para evitar a sobrecarga dos oficiais, começou a fazer um acompanhamento contínuo na distribuição dos mandados, além de manter contato frequentemente com os oficiais a fim de identificar possíveis problemas que possam estar passando.

“Quando eu entrei na coordenação da CEM decidi tomar iniciativas diferentes. Por isso, resolvi iniciar esse acompanhamento, junto com o psicossocial, com os oficiais. E durante o tratamento pedi para que ficassem readaptados na CEM-PVH, assim tivemos como ajudá-los durante o acompanhamento psicológico. Além de que uma pessoa alegre, com vontade de trabalhar, com sua saúde mental e emocional estabilizada, ela é produtiva. Então, a transformação vem, e quando ela acontece reflete na qualidade do trabalho”.

O Oficial de Justiça Ronaldo Ramos Cuellar, era um dos oficiais que estava extremamente sobrecarregado, com muitos mandados pendentes sob sua responsabilidade, e após avaliação clínica, foi confirmada a necessidade de tratamento psicológico. Com o objetivo de garantir que Ronaldo pudesse se recuperar adequadamente, a CEM-PVH e a CGJ decidiram afastá-lo temporariamente de suas funções.

O Oficial estava anteriormente responsável por 1.164 mandados e após ser afastado para tratamento, teve seus mandados redistribuídos para outros oficiais. Em novembro conseguiu retornar ao trabalho e conciliar suas atividades com o acompanhamento psicológico. No momento, o oficial tem pouco mais de 80 mandados em sua pasta e uma média mensal de 180 mandados distribuídos.

Além disso, o oficial também retribuiu a ajuda que recebeu de seus colegas de trabalho ao receber mandados de outros oficiais, contribuindo assim para a redução do estoque da CEM-PVH, demonstrando um espírito de equipe e colaboração, que são fundamentais em qualquer ambiente de trabalho.

“Todo esse trabalho trouxe a sensação de acolhimento para mim e para classe dos Oficiais, tanto o apoio da CEM-PVH quanto da CGJ foi crucial para a minha melhora. Fui encaminhado para o psicossocial e lá tive todo o amparo de profissionais competentes. No início houve o receio, por nunca ter passado por terapia, mas no fim foi imprescindível para minha recuperação na qual impactou positivamente em todas as áreas da minha vida”.

A partir do mês de abril, uma série de atividades preventivas e terapêuticas serão oferecidas aos Oficiais. Com o objetivo de promover a saúde e o bem-estar, serão realizados grupos terapêuticos, palestras e outras atividades nas áreas de odontologia, nutrição, fonoaudiologia, psiquiatria e medicina do trabalho. A iniciativa também se estenderá aos Oficiais do interior, que receberão atividades virtuais focadas especialmente em cuidados psicológicos.