Pelo menos três pacientes perderam parte da visão, ficando cegos de um dos olhos, após passar por procedimento cirúrgico em mutirão realizado pelo governo de Rondônia, através da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), em fevereiro deste ano. Há informações de que cerca de 200 pessoas tiveram complicações pós-cirurgia.
Os procedimentos que prejudicaram a visão dos pacientes foram realizados no mutirão promovido pelo Governo do Estado de Rondônia. O Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero) confirmou um surto de infecção em pacientes que participaram do mutirão de cirurgias oftalmológicas realizado em fevereiro pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
De acordo com o Cremero, ao menos 40 pessoas foram diagnosticados com endoftalmite, uma infecção oftalmológica pós-cirúrgica. Até o momento, 13 deles foram positivados para a bactéria pseudômonas, a mais grave na especialidade.
Segundo o conselho, o departamento de fiscalização recebeu a denúncia sobre o caso e decidiu apurar o estado do local onde as cirurgias foram realizadas. Os médicos responsáveis também foram ouvidos e relataram a rotina de trabalhos. “Um número abusivo de cirurgias realizadas por dia, em que fica difícil manter a segurança dos procedimentos e pacientes”, apontou a presidente do Conselho, Ellen Santiago.
Cremero afirmou à época que pretendia abrir uma sindicância para apurar possíveis infrações ao Código de Ética da medicina. Também foi enviada uma recomendação para que mutirões de cirurgias oftalmológicas fossem suspensos, por segurança, até o esclarecimento dos casos de endoftalmite.
De acordo com Ellen Santiago, “é importante salientar que para essa cirurgia ser bem realizada, o paciente precisa ser preparado. Ele não pode simplesmente ser atendido em um dia, fazer apenas um exame oftalmológico e ser operado no outro dia”, ressalta. Para ela, os mutirões podem acontecer desde que os pacientes sigam todas as etapas de um procedimento cirúrgico como se ele fosse o único a ser realizado no dia, completa.