Em nota divulgada neste domingo (18/6), a legenda afirma que do Val é um parlamentar “combativo na defesa do Brasil” e reitera seu apoio ao parlamentar
Três dias após a Polícia Federal (PF) cumprir três mandados de busca e apreensão nos endereços vinculados ao senador Marcos do Val (Podemos-ES), inclusive o gabinete no Senado, o Podemos emitiu, ontem, uma nota de apoio ao parlamentar. Os mandados foram cumpridos na última quinta-feira.
A ação da PF foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por suposta obstrução, por parte do senador, da investigação dos atos golpistas contra os Três Poderes. Outra motivação teria sido a divulgação de documentos que seriam sigilosos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no Twitter. A conta de Do Val na rede social foi suspensa ainda na tarde de quinta, durante a operação em Brasília e no Espírito Santo, que recolheu armas, celulares, computadores, documentos e pendrives.
Nas páginas divulgadas pelo senador constavam alguns boletins da Abin, de caráter sigiloso e destinados às forças de segurança, com atualizações da movimentação dos golpistas em rodovias, nas capitais e em Brasília. “Agora vocês vão entender o medo que o governo Lula estava e porque eles estavam tentando de tudo para não ter a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito)”, escreveu ele.
A estratégia da PF está centrada na análise do material coletado durante a operação. Do Val só será ouvido após esta etapa, como informou a Globonews. A ideia é que ele seja confrontado com o conteúdo periciado, para que o depoimento contribua de fato para a investigação sobre a suposta tentativa de golpe de estado. A depender do conteúdo encontrado, o senador poderá ser ouvido no fim desta semana.
O plano da corporação não é injustificado, já que, inicialmente, Marcos do Val alegou ter sido coagido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro a dar um golpe de estado. Depois, se contradisse em entrevistas e acrescentou que se comunicou com Moraes desde a primeira mensagem trocada com o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), para um suposto encontro junto a Bolsonaro no Palácio da Alvorada para tratar do plano golpista. Em lives e entrevistas, Marcos do Val contava outras versões aos seus seguidores, até depor, em 2 de fevereiro, à PF por mais de 4 horas.
Na quinta, após a operação de busca e apreensão, do Val deu diversas entrevistas e classificou as ações da PF como “uma tentativa de intimidação” e uma “emboscada”.