Das 23 convocadas, 11 atletas vão debutar na competição que começa no dia 20 de julho. Nomes como o de Gabi Nunes, 26, Duda Sampaio, 22, e Ana Vitória, 23, estão no grupo formado pela treinadora sueca ao longo do ciclo de quatro anos.
No período, ela convocou 92 atletas antes de chegar ao plantel apresentado nesta terça-feira (27), durante entrevista na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), no Rio de Janeiro.
“Temos jogadoras mais novas querendo mostrar que podem representar o seu país. É a melhor forma de elas se desenvolverem. É importante olhar o próximo passo. O talento vai fazer isso”, afirmou a sueca.
Pia Sudhage durante convocação da seleção feminina para a Copa do Mundo – Carl de Souza/AFP
Quando assumiu o cargo, em julho de 2019, embora tenha elogiado o trabalho de seu antecessor, Oswaldo Alvarez, a técnica identificou logo de cara que precisaria promover importantes mudanças com o objetivo de ir mais longe do que as oitavas de final alcançadas pelo Brasil na última Copa.
Na edição disputada na França, a seleção feminina vivia um momento de passagem de bastão geracional, com alguns pilares do time disputando o torneio pela última vez, casos da atacante Cristiane, à época com 34 anos, e Formiga, com 41.
Havia a expectativa de que Marta também se despediria do principal palco do futebol feminino, mas o desejo de lutar pelo inédito título a fez mudar de ideia.
Pia reconheceu na camisa 10 um pilar importante para a construção de seu time, ainda que ela venha de problemas físicos. Aos 37 anos e buscando a melhor forma após uma lesão no joelho esquerdo que a deixou quase um ano fora de combate, a jogadora vai disputar sua sexta Copa do Mundo.
“As jogadoras experientes serão importantes. É um equilíbrio que se faz com as mais jovens. Temos a Marta e a Kerolyn, que nunca foi para a Copa do Mundo. Gosto desta mistura, e é apenas o começo. Isso pode ser a fórmula vencedora”, apontou a comandante.
Foi com Marta, em 2007, que o Brasil obteve seu melhor desempenho em uma Copa feminina, na edição em que o país chegou invicto à decisão, mas acabou derrotado pela Alemanha, por 2 a 0.
Já no último Mundial, quando problemas físicos prejudicaram a trajetória da camisa 10, a campanha foi irregular. Na fase de grupos, as brasileiras venceram a Jamaica e a Itália, mas perderam para a Austrália. Nas oitavas, o time canarinho foi superado na prorrogação pelas francesas, as anfitriãs do torneio.
O fracasso ampliou um incômodo jejum. Faz 16 anos que a seleção feminina não vence um jogo no mata-mata do Mundial. Em 2015, também foi eliminada nas oitavas, superada pela Austrália. Na edição de 2011, foi embora depois do primeiro jogo eliminatório, diante dos Estados Unidos.
O último triunfo em um jogo desse tipo foi diante das próprias norte-americanas, nas semifinais de 2007. O hiato é algo que tem aumentado a pressão sobre as atletas, edição após edição.
É por isso que, embora tenha investido boa parte de seu trabalho a garimpar novos talentos, Pia reservou mais da metade de sua convocação para atletas que já tenham experiência em Copas, como Andressa, e Bia Zaneratto.
Agora com seu plantel formado, ela terá apenas mais um teste antes da Copa, no amistoso com o Chile, no próximo domingo (2), às 10h30, no Mané Garrincha, em Brasília.
O Brasil está no Grupo F e estreia na Copa do Mundo no dia 24 de julho, diante do Panamá, em Adelaide. Na sequência, enfrenta a França, no dia 29, em Brisbane, e fecha a participação na primeira fase no dia 2 de agosto, contra a Jamaica, em Melbourne.
De acordo com a CBF, entre comissão técnica e dirigentes, 31 pessoas vão compor a maior delegação da seleção feminina em uma Copa, sendo 17 mulheres entre os profissionais —portanto, mais da metade, algo inédito segundo a entidade.
Fonte: Folha de São Paulo