A polícia analisa imagens de uma câmera de segurança instalada dentro de casa pela gerente de recursos humanos Rafaela Bachmeyer Patricio, de 43 anos, morta a facadas no bairro de Inhaúma, Zona Norte do Rio. O objeto foi encontrado por policiais civis no momento em que eles chegaram no imóvel onde ela morava com o noivo, o entregador Michel de Souza, de 33 anos, para perícia. Michel é apontado pela família como o principal suspeito, já que não foi encontrado depois da morte de Rafaela, não atende ligações e tirou a foto das redes sociais.

Segundo informações da irmã de Rafaela, Fabiele Patrício, de 35 anos, os dois foram morar juntos no fim do ano passado. O relacionamento era recente, tinha apenas cinco meses. Parentes da vítima contam ainda que a presença do objeto era desconhecida por eles:

— Eles apreenderam uma câmera que ela colocou dentro de casa. Mas não sabemos o motivo, ela não disse nada. Eu acredito que todo o histórico de relacionamentos abusivos, com outros homens agressivos, tenha deixado a minha irmã já atenta em relação ao isso. Mas infelizmente aconteceu isso. A minha irmã não vai ser só mais uma — destaca a irmã.
De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML), a causa da morte foi hemorragia interna causada por ação de objeto perfurante. Rafaela tinha, pelo menos, 12 facadas pelo corpo, principalmente no tórax, e a garganta cortada. A faca utilizada no crime estava no chão, ao lado do corpo de Rafaela, perto da porta principal e suja de sangue. Ela foi sepultada na tarde desta quarta-feira, no Cemitério da Penitência, Região Portuária do Rio.

Segundo Fabiele, Michel nunca demonstrou ter o comportamento violento. No entanto, vizinhos afirmaram para a família que os dois tinham brigas constantes. A última começou no sábado. Na manhã desta terça, pedidos de socorro foram ouvidos por vizinhos. À família, eles disseram que não atenderam o chamado por acreditarem que seria “só mais uma briga”.

— Rafaela dizia que tinham discussões normais de um casal, jamais imaginamos que ele seria capaz de um crime tão brutal como esse. Não demonstrava ciúmes. Mas depois do crime, ele sumiu, tirou as fotos das redes sociais e não atende mais o celular. O localizador indica que o aparelho dele foi abandonado perto da casa da minha irmã. Hoje, nós sabemos que tudo que ela passava dentro de casa não era o que ela demonstrava para a gente — diz Fabiele