O Censo Escolar da Educação Básica 2022, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) nesta quarta-feira (8), mostrou aumento no número de matrículas de educação básica na rede privada após a pandemia. Na rede pública, os números não tiveram muita variação.
No ano passado, foram registradas, no total, 47,4 milhões de matrículas nas 178,3 mil escolas de educação básica no Brasil – 714 mil matrículas a mais em comparação com 2021, o que representa um aumento de 1,5% no período. A rede privada expandiu 10,6% de 2021 a 2022, se aproximando de patamares pré-pandemia de 2019.
Realizado anualmente, o censo, que traz dados sobre escolas, professores, gestores e alunos de todas as etapas e modalidades de ensino, é o principal instrumento de coleta de informações da educação básica e a mais importante pesquisa estatística educacional brasileira.
Os dados servem para o país ter um diagnóstico, formular e monitorar políticas públicas.
— Carlos Eduardo Moreno, diretor de Estatísticas Educacionais do Inep
Também participaram da apresentação dos dados em Brasília o ministro da Educação, Camilo Santana, e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios.
O ministro Camilo Santana afirmou que é preciso pensar em políticas públicas para combater a evasão escolar de crianças e jovens de 4 a 17 anos. O Censo revelou que mais de 1 milhão de pessoas nessa faixa etária estão fora da escola no país.
A população de 4 a 17 anos que estava fora da escola era de 1,04 milhão.
2,3 milhões de professores atuavam em 178,3 mil escolas de educação básica do país.
Havia 162,8 mil diretores nessas mesmas escolas (o que dá menos de um diretor por escola).
As taxas de aprovação dos alunos começam a voltar ao patamar pré-pandemia. As taxas de 2021 (já que o censo foi coletado em maio de 2022) caíram em todas as etapas em relação a 2020: de 98,5% pra 97,6% nos anos iniciais do ensino fundamental; de 97,8% para 95,7% nos anos finais do ensino fundamental; e de 95% para 90,8% no ensino médio.
Ensino médio
Houve aumento nas matrículas do ensino médio: foram 7.770.557 em 2021 e 7.866.695 em 2022.
92,2% da população de 15 a 17 anos frequentavam a escola no ano passado.
81,9% dos alunos do ensino médio estudavam no turno diurno.
20,4% dos estudantes da rede pública estavam matriculados em tempo integral. Na rede privada, esse percentual era de 9,1%. Em 2021, eram 16,7% e 7,0%, respectivamente.
Educação profissional
Houve aumento nas matrículas de educação profissional, que subiram de 1.892.458 em 2021 para 2.152.506 em 2022.
Ensino fundamental
Foram 14.553.030 matrículas nos anos iniciais do ensino fundamental (redes federal, estadual, municipal e privada)
Dessas, mais de 10 milhões apenas nas redes municipais (anos iniciais do ensino fundamental).
11,4% dos alunos nos anos iniciais do ensino fundamental estudam em tempo integral. Em relação aos anos finais do ensino fundamental, os estudantes matriculados em tempo integral representavam 13,7%. Em 2021 eram 9,3% e 9,9%, respectivamente.
Educação infantil
Na educação infantil, apesar de não ser obrigatória a matrícula nessa faixa etária, 36% das crianças até 3 anos frequentavam a escola no ano passado. A meta para 2024 é atingir 50% desse público.
Havia 74.4 mil creches em funcionamento no Brasil.
33,6% dos alunos de creche estavam matriculados na rede privada e 50,7% desses alunos estavam em instituições conveniadas com o poder público.
Houve aumento expressivo nas matrículas de educação especial na educação infantil em classes comuns. Eram quase 107 mil em 2021 e aumentaram para mais de 174 mil em 2022.
Educação de Jovens e Adultos (EJA)
Houve queda nas matrículas da EJA: foram 2.962.322 em 2021, e 2.774.428 em 2022.
Censo 2021
O Censo da Educação Básica anterior, divulgado em dezembro de 2021, havia registrado aumento nas matrículas no ensino médio da rede pública e queda no ensino infantil.
Os dados sobre matrículas são importantes para a distribuição de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e para a execução de programas na área da educação.