A Suécia já indicou que suas primeiras inspeções submarinas reforçam o rastro de uma provável sabotagem.
Por AFP

A investigação sobre a suposta sabotagem dos gasodutos Nord Stream está “em curso”, mas é prejudicada pela presença de munições antigas no fundo do Mar Báltico, disse o ministro da Defesa dinamarquês Morten Bodskov.

“É uma área marcada pela presença de munições – usadas ou não – da Segunda Guerra Mundial. Há muitas coisas no fundo do mar, então não é tão fácil”, disse Morten Bodskov à imprensa dinamarquesa, à margem de uma reunião da Otan em Bruxelas.

“Mas o trabalho continua e está no caminho certo”, acrescentou.

A Suécia já indicou que suas primeiras inspeções submarinas reforçam o rastro de uma provável sabotagem.

“Com a Suécia e a Alemanha, a Dinamarca realiza a investigação, que está progredindo. O que encontrarmos será tornado público”, destacou o ministro.

A equipe dos três países investiga uma possível sabotagem nos dias 26 e 27 de setembro nos gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2.

No final de setembro, quatro grandes vazamentos de gás surgiram nos dois gasodutos que ligam a Rússia e a Alemanha, causados, segundo vários países, por detonações submarinas.

A Rússia exigiu participar da investigação dos vazamentos, que ocorreu em águas internacionais, mas o pedido foi rejeitado por Dinamarca e Suécia.

– “Exclusão” –

A Rússia disse nesta quinta-feira (13) que denunciou aos embaixadores da Alemanha, Suécia e Dinamarca sua exclusão da investigação sobre os vazamentos dos gasodutos Nord Stream, enquanto russos e ocidentais se acusam mutuamente de sabotagem.

O ministério das Relações Exteriores russo declarou ter convocado “nos últimos dias” os três embaixadores para manifestar seu descontentamento, já que os representantes dos “órgãos competentes” do país e a empresa russa Gazprom não foram convidados a se unir aos investigadores alemães, dinamarqueses e suecos.

“No caso de negação de acesso… Moscou partirá do princípio de que os países afetados têm algo a esconder ou encobrem os perpetradores desses atos de terrorismo”, disse o ministério em comunicado, acrescentando que a Rússia não reconhece os resultados de uma investigação na qual não está envolvida.

A embaixada russa afirmou que “a relutância do lado dinamarquês em envolver representantes russos na investigação em andamento prejudica sua credibilidade”.

A primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, sugeriu que Moscou realize sua própria investigação no local.