Metas diárias, relatórios, retorno ao local de trabalho após dois anos de pandemia e notícias de demissões em massa, assusta trabalhadores de todo o mundo.

Uma psicóloga ouvida pelo g1 explica que com a soma desses problemas causam pressão nos trabalhadores e é possível que a partir disso, a pessoa desenvolva transtornos mentais dentro do ambiente de trabalho como: ansiedade, síndrome do pensamento acelerado, medo, insegurança dentre outras doenças.

De acordo com a psicóloga Marcela Brito, os cuidados necessários durante o período de isolamento, nos dois primeiros anos de pandemia, desencadearam em algumas pessoas, muitos sentimentos e transtornos que, até então, não eram tão conhecidos na sociedade.

Com o retorno gradual ao ambiente de trabalho, pontua a especialista, é preciso reconhecer formas de se conectar ao local.

“Hoje, a gente precisa lidar cada vez mais com as questões emocionais. Uma frase como: “quem tiver seu emprego, que segura”, causa uma pressão no colaborador. Além da pressão, pode gerar medo e alterar na questão emocional. Depois da pandemia, de tudo o que vivemos, mudanças, das partes emocionais que ficaram mais expostas, muitas pessoas podem ter desencadeado gatilhos”.

Reconhecer esses “gatilhos”, explica a psicóloga, é uma forma de iniciar o tratamento, mas é também, um cuidado que as empresas precisam ter com seus colaboradores.

“Essa pessoa pode sentir que no instante em que seu líder a chamar, será para anunciar o seu desligamentoDiante desse sentimento, que é constante, é necessário que essa pessoa, para dar conta dessa situação, busque ajuda profissional”, explica.

Identificar o momento em que os sentimentos como: pressão, medo, aflição, insegurança ou ansiedade, chegam, ajuda no desenvolvimento do autoconhecimento, que pode ser o principal aliado do trabalhador.

É um momento em que o profissional pode se conhecer melhor. Esse colaborador pode se questionar se esse é esse o local de trabalho que ele quer ficar. Fazer exercícios físicos pode ajudar com a ansiedade e a organizar as ideias para pontuar as prioridades na vida profissional”, pontua.

Atendimentos gratuitos

Em Porto Velho é possível encontrar atendimento psicológico gratuito por meio dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

Os interessados devem se dirigir às unidades de saúde do município e passar pela avaliação de um médico, responsável por encaminhar o atendimento aos psicólogos do Centro de Especialidades Médicas (CEM).

Na capital, 38 unidades funcionam de segunda a sexta-feira para atender toda a população. Dessas, 19 estão localizadas na zona urbana e 19 são destinadas a atender a zona rural.

Campanha janeiro branco

Desde 2014, no Brasil, o primeiro mês do ano leva o nome de ‘Janeiro Branco’. A campanha busca chamar a atenção para o tema da saúde mental.

Janeiro foi escolhido, pois após as festas de final de ano, as pessoas tendem a procurar resoluções e metas para o ano.