Parlamentar visitou vários hospitais na capital e afirma ter ficado surpreso com a realidade dentro de unidades como João Paulo II e AMI
Na última semana, o deputado Dr. Neidson (PMN) realizou visitas ao Hospital Infantil Cosme e Damião, Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, Unidade de Assistência Médica Intensiva (AMI) e ao Hospital João Paulo II, todos em Porto Velho. O assunto, inclusive, foi comentado pelo parlamentar em seu pronunciamento na Sessão Ordinária da Assembleia Legislativa desta terça-feira (22), onde participou de forma remota.
O deputado, após as visitas, informou que ficou surpreso ao constatar a péssima qualidade da alimentação oferecida aos pacientes e o descaso quanto aos horários corretos para distribuir as refeições aos internados e seus acompanhantes.
“São situações que eu pude acompanhar de perto pois estava lá. E são denúncias tanto de pacientes como de servidores que trabalham nos hospitais. No João Paulo II, por exemplo, as reclamações são unânimes. Lá, se o café da manhã deve ser entregue às 7h, eles entregam às 9h. Eu fiquei no JP II até 13h30, horário que começou a distribuição do almoço”, disse Dr. Neidson.
O parlamentar ainda falou sobre o café da manhã que, segundo ele, dependendo da ala, os alimentos são diferentes. Dr. Neidson afirmou que acompanhou a entrega de café com banana em uma ala e em outra, café com pão.
“Ou seja, o cardápio completo para cada paciente deveria ser café, pão e banana e, provavelmente, dividiram para não gastarem tudo. Também me surpreendi com a situação da cozinha do hospital, com presença de mofo nas paredes, resto de alimentos e água no chão, por conta das infiltrações. Nem água estão oferecendo aos pacientes, segundo as denúncias”, relatou o deputado.
Segundo Dr. Neidson, na reunião da Comissão de Saúde realizada na manhã desta terça-feira, o assunto foi tratado na presença do secretário de Estado da Saúde (Sesau), Fernando Máximo. Além da qualidade da alimentação oferecida nos hospitais, a extinção dos plantões especiais através do Plano de Cargo, Carreira e Remuneração (PCCR).
“E já estamos sofrendo consequências por falta desses plantões, uma delas foi o fechamento de um bloco da AMI, ou seja, vários leitos de UTI foram desativados, assim como, estávamos para fechar a Agência Transfusional do Hospital de Base por falta de gente para trabalhar”, enfatizou Neidson.
O deputado disse que, na Comissão de Saúde, Fernando Máximo afirmou que já existe um projeto na Casa Civil para a regulamentação das horas extras para suprir os plantões especiais que foram extintos.
“Porém, esse é um assunto antigo, do qual já tratamos na PGE e até hoje nada foi feito. Os ortopedistas nos disseram que, se até o final do mês essa situação não for resolvida, no próximo mês eles não farão nem hora extra e nem plantão especial, pois não há regulamentação para nenhuma das duas opções. O plantão especial já não existe mais e hora extra não tem regulamentação. Sem dúvida, isso é prenúncio de um caos, ainda maior, na saúde pública de Rondônia”, alertou Dr. Neidson.
Para o parlamentar, caso o Governo não interceda para resolver o problema, até cirurgias podem vir a paralisar por falta de profissionais para trabalhar.
“Já sobre a alimentação, segundo informações do secretário da Sesau e da sua equipe, a PGE já deu parecer pela rescisão do contrato da atual empresa alimentícia que atende o João Paulo II e AMI e autorização para a contratação de outra fornecedora. Vamos continuar acompanhando tudo de perto e aguardar que essa situação seja, de fato, resolvida”, concluiu Dr. Neidson.
Texto: Juliana Martins/ALE-RO
Foto: Assessoria