Comissão segue sem obter informações relevantes dos depoentes, caso do ex-ministro Augusto Heleno, que, inclusive, mentiu na oitiva

 

Prestes a encerrar os trabalhos — a previsão é de que o relatório fique pronto em 17 de outubro —, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro não consegue deslanchar nas investigações sobre os atos golpistas.

A sessão desta terça-feira foi mais uma em que o depoente pouco ou nada acrescentou à apuração. O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), só respondeu às perguntas que quis — respaldado por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) —, não forneceu informações novas e ainda mentiu ao colegiado.

O depoimento foi marcado por tumultos e bate-bocas, o que se tornou comum na CPMI. Houve respostas ríspidas do militar, inclusive com palavrões, ataques a parlamentares mulheres e ofensas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Heleno classificou com “fantasia” o suposto teor da delação premiada feita pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. O militar teria dito à Polícia Federal que houve uma reunião entre o então chefe do Executivo e a cúpula das Forças Armadas em que se discutiu um golpe de Estado.

“Quero esclarecer que o tenente-coronel Mauro Cid não participava de reuniões, ele era o ajudante de ordens do presidente da República. Não existe essa figura do ajudante de ordens sentar numa reunião dos comandantes de Força e participar da reunião. Isso é fantasia”, argumentou Heleno.

Fonte: CorreioBraziliense