Sob pressão e com a cabeça a prêmio, Jorge Sampaoli resolveu ousar e mudar o Flamengo. Não que mexidas sejam novidades para um treinador que não é de repetir escalação. Só que agora ele não trocou só nomes, mas também o esquema tático e barrou até um ídolo como Gabigol. A abóbora rubro-negra não virou carruagem a ponto do time voltar a encantar. Porém, a metamorfose da vez apresentou prós e contras e foi suficiente para surpreender o líder Botafogo e colocar fogo num Campeonato Brasileiro que parecia resolvido.

Vamos começar pelos “prós”: na defesa, Pulgar como um falso terceiro zagueiro foi uma boa sacada de Sampaoli. O chileno foi muito importante na proteção da área e ainda aparecia de surpresa no ataque (foi dele por exemplo o toque de cabeça que deixou Pedro na cara do gol no início do segundo tempo). E na frente, Pedro deu mais dinamismo ao ataque do que Gabigol vinha dando nos últimos jogos. Foi menos individualista e se entendeu bem com um Bruno Henrique com mais liberdade.

E os “contras”? Nesta formação, o meio de campo com Allan, Gerson e Victor Hugo foi o grande calcanhar de Aquiles. O garoto, teoricamente o principal responsável pela criação do setor, apareceu muito pouco, e os outros não conseguiram dar o suporte ofensivo que o time precisava. Por isso coletivamente o Flamengo não funcionou e tentou muitas transições diretas da defesa para o ataque, principalmente nas bolas longas de Léo Pereira.

Pedro e Bruno Henrique se entenderam bem em Botafogo x Flamengo — Foto: André Durão

Pedro e Bruno Henrique se entenderam bem em Botafogo x Flamengo — Foto: André Durão