Brasil atualiza metas de redução de emissões na ONU, mas especialistas apontam retrocesso e falta de metas já anunciadas

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No documento, chamado de Nationally Determined Contribution (NDC), o país prevê reduzir suas emissões, em 2025, em 37% na comparação com 2005. Além disso, se compromete, em 2030, com a redução de 50% em relação a 2005.

“Os compromissos do Brasil também incluem um objetivo de longo prazo para alcançar neutralidade climática até 2050”, aponta o Brasil no documento.

Na análise de especialistas em meio ambiente, os compromissos assumidos pelo país vão contra a proposta do Acordo de Paris, que estipulava a inclusão de metas mais ambiciosas na revisão.

Além disso, compromissos assumidos durante a COP 26 (acabar com o desmatamento ilegal antes de 2030 e redução na emissão de metano) não foram incluídos na NDC.

“A atualização da NDC brasileira mantém para esta década um patamar de emissões mais elevado do que o país apresentou em 2016, na NDC original”, afirma o Instituto Talanoa.

Nas contas do instituto, a nova NDC permite mais emissões: na prática, em relação ao compromisso de 2016, o limite de emissões sobe em 314 milhões de toneladas de CO2 equivalente (CO2eq) para a meta de 2025 e 81 milhões de toneladas de CO2eq para 2030.

Trator utilizado em região de desmatamento; no Brasil, desmatamento e mudança no uso do solo está entre as principais fontes de emissões de gases de efeito estufa. — Foto: Polícia Federal/Divulgação/Arquivo

Trator utilizado em região de desmatamento; no Brasil, desmatamento e mudança no uso do solo está entre as principais fontes de emissões de gases de efeito estufa. — Foto: Polícia Federal/Divulgação/Arquivo