Após novos bloqueios, MEC diz que não conseguirá pagar os 14 mil residentes médicos em dezembro

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A Universidade Federal de Rondônia (Unir) informou nesta segunda-feira (5) que não tem como pagar despesas básicas, como água e energia elétrica, além de bolsas, auxílios estudantis e fornecedores nos meses de novembro e dezembro de 2022.

O motivo é o novo bloqueio feito pelo Governo Federal no orçamento do Ministério da Educação (MEC) na última quinta-feira (1º), que corresponde ao corte de R$ 7,2 milhões dos recursos da Unir.

“É um momento dramático para a instituição e para toda a comunidade universitária. [O bloqueio] atinge de maneira frontal os serviços prestados pela única universidade pública do Estado de Rondônia. Em especial, a retirada de recursos afeta as atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pela Unir, e que no conjunto são a razão de existir da instituição universitária, que gera conhecimentos, forma pessoas e atua diretamente junto à sociedade”.

“Negar as condições de funcionamento à universidade significa também negar tudo isso à sociedade”, informou.

Com o novo corte de verbas, a Unir também não pode contratar processos licitatórios recém-concluídos, uma vez que todos os recursos para o encerramento do exercício financeiro de 2022 estão bloqueados.

Ainda segundo a universidade, a reitora da Unir, Marcele Pereira, que também é vice-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), se deslocará até Brasília (DF) nos próximos dias para tentar reverter os bloqueios orçamentários junto ao MEC.

O primeiro revés nos recursos da área aconteceu ainda em janeiro, quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou o Orçamento de 2022. A fatia da educação perdeu R$ 739,9 milhões do total de R$ 113,4 bilhões que tinham sido aprovados pelo Congresso em dezembro de 2021.

De acordo com informações obtidas pelo g1, o orçamento atual da pasta é de R$ 166,1 bilhões. O valor pode aumentar ao longo do ano com o remanejamento de verbas de outros setores, por meio de créditos extraordinários. Do total da pasta, a previsão era que R$ 52,9 bilhões fossem direcionados às universidades federais.

Em resumo, há três marcos negativos na gestão do Orçamento de Educação ao longo do ano:

Entenda os reveses na verba da Educação