Time encontra no banco de reservas soluções para vencer o Atlético-MG. Tiquinho é decisivo
Se Luís Castro fosse brasileiro, provavelmente a entrevista coletiva traria a frase que ficou corriqueira por aqui: “o time soube sofrer”. Porque o
Botafogo reviveu na partida contra o Atlético-MG, assim como renasceu a esperança de disputar a próxima Copa Libertadores.
Nos 2 a 0 da última segunda-feira, no Mineirão, pela 36ª rodada, o time começou mal pela escalação. Problema que o treinador português começou a corrigir já no intervalo. E continuou a fazê-lo nas demais alterações, que melhoraram o time ofensivamente e fora decisivas para construir o resultado.
A vitória fora de casa deixa o Botafogo vivo na briga pelo G-8. Os alvinegros estão na 10ª colocação, com 50 pontos, diferença de dois para a zona de classificação. A equipe ainda depende de outros resultados, mas pode terminar com a vaga se vencer as duas partidas que restam.
Antes de a bola rolar, a mudança no esquema tático sugeria que o Botafogo trocaria a imposição que tentou nos últimos dois jogos, quando jogou em casa, pela segurança de meio de campo mais reforçado. Na prática, porém, a alteração não deu controle e nem tranquilidade para a equipe na partida.
– Nós tivemos um primeiro tempo muito ruim. Não estivemos bem nem ofensivamente e nem defensivamente. Perdíamos a bola fácil, demos poucos passes. Não fomos uma equipe de qualidade. A defensa se desarticulou, não conseguimos pressionar na frente – admitiu o treinador.
O Botafogo saiu do primeiro tempo com apenas 30% de posse de bola, com muita dificuldade de trabalhar as jogadas. Nem as opções de velocidade funcionaram. Jeffinho foi o que mais produziu, mas, mesmo assim, insuficiente. Patrick de Paula, a novidade na escalação, não foi destaque negativo, é que a mudança não pareceu dar o resultado esperado.
O time visitante foi para o intervalo com mais finalizações, cinco contra três. Só que esse número não mostra o domínio que o Galo teve. Para a sorte dos visitantes, o Atlético não teve eficiência para aproveitar o volume. Mesmo assim, teve as melhores chances, no gol anulado e na saída atrapalhada de Gatito.
O cenário mudou no segundo tempo, e a solução saiu do banco de reservas. Luís Castro começou a mudar o time a partir do meio de campo, com a entrada de Lucas Fernanrdes. E o duelo passou a ser mais igual. O jogo virou de vez a partir das alterações nas pontas, onde Victor Sá e Luis Henrique foram decisivos para a vitória.
– Eles tiveram participação no todo. Cumpriram muito bem, fizeram bom jogo. As substituições fizeram crescer o time. (…) Os jogadores no segundo tempo, todos aqueles que entraram em campo, estiveram muito bem no jogo e alteraram o rumo do jogo. – resumiu Castro.
Tiquinho Soares foi o nome da noite. Afinal, fez um gol e deu assistência para o outro dos 2 a 0. Só que, no caso do camisa 9, houve o prêmio pelo esforço de uma partida inteira, principalmente nos momentos em que o Botafogo estava mal na partida. Taticamente, o ponto de virada esteve nas substituições.
O Galo ainda criou no segundo tempo, tanto que Lucas Perri fez ao menos duas grandes defesas. A diferença foi a resposta do Botafogo, que conseguiu aproveitar as jogadas em velocidade e se mostrou mais capaz de competir pelo meio de campo.
Com chance de entrar no G-8, o próximo jogo do Botafogo será em casa, contra o Santos, às 20h (de Brasília) da próxima quinta-feira, pela 37ª rodada do Brasileirão.