Dentro de campo, o Palmeiras venceu novamente a Juazeirense por 2 a 1, na última quarta-feira, e confirmou a vaga para as oitavas de final da Copa do Brasil. Fora, Abel Ferreira retornou para São Paulo com a certeza de cada vez mais ocupar um espaço importante na galeria de ídolos da torcida.

Com pouco tempo de clube, Abel tem entregado o que a torcida gosta de ver. Na equipe, um padrão que se acostumou a decidir jogos importantes e ter seriedade nas disputas.

Contra a Juazeirense, é verdade que se esperava uma classificação mais tranquila. Até mesmo o português reconheceu após a partida que poderia ter resolvido a eliminatória mais cedo. Mas conquistou o objetivo, mais uma vez.

A entrevista coletiva no estádio do Café não se limitou aos detalhes táticos e explicações sobre o desempenho da partida. Quando fala após os jogos, Abel criou uma rotina de alcançar diretamente o torcedor palmeirense. Ou a maior parte deles.

Seja nas frases de efeito que exaltam a “palestrinidade”, na cobrança direta ou indiretamente por um reforço, no puxão de orelha e no carinho com os atletas, nas frases mais duras contra quem está fora do clube, nas reclamações contra as principais entidades e até contra a imprensa.

– Eu, enquanto treinador, tenho uma admiração por esses jogadores que nunca tive em nenhuma equipe e por isso decidi ficar. Por eles e pela minha família. O único apelo que faço aos torcedores é que sigam exemplo destes. Que venham e apoiem durante o jogo todo. É isso que peço àqueles que ficam escondidos atrás do telefone. Podem escolher duas maneiras, fazer o bem ao Palmeiras, que dizem que são apaixonados, ou fazer o mal. Eu acredito sinceramente que os verdadeiros palmeirenses apoiam a equipe, porque essa equipe já ganhou e vai continuar a ganhar – pediu o treinador.

Na terça-feira, Abel e seus auxiliares convidaram dois torcedores que fizeram tatuagens com o rosto do treinador para jantar e trocar ideias de futebol. Depois, teve paciência para atender crianças e torcedores que estavam no saguão aguardando uma foto ou um autógrafo do novo ídolo palmeirense.

Danilo e Zé Rafael em Juazeirense x Palmeiras — Foto: Cesar Greco / Ag Palmeiras

Danilo e Zé Rafael em Juazeirense x Palmeiras — Foto: Cesar Greco / Ag Palmeiras

Como treinador, Abel erra, acerta, ganha e perde como qualquer outro. Já mereceu críticas e elogios, foi derrotado em decisões e foi campeão.

A identificação de Abel Ferreira nada tem a ver com seus compatriotas que brilharam ou ainda vão brilhar no futebol brasileiro, muito menos com outras equipes. Tem a ver com o Palmeiras e o que a atual geração construiu nos últimos anos, muito potencializada pela comissão técnica portuguesa.