O ministro do STF também defendeu lei internacional para defesa da democracia, durante o Lide Brazil Conference Lisboa
Lisboa, Portugal – Relator do inquérito que apura responsabilidades sobre os atos antidemocráticos e principal alvo dos extremistas, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes aproveitou sua fala no seminário Lide Brazil Conference Lisboa para lançar a ideia de uma nova legislação internacional que proteja a democracia. “Da mesma forma que há uma lei contra o tráfico de drogas, de pessoas, há a necessidade de uma lei contra o tráfico de ideias contra a democracia”, disse Moraes. Ao falar pela primeira vez de forma mais detalhada do encontro com o senador Marcos do Val, Moraes definiu a tentativa de golpe como uma “operação Tabajara” e, de quebra, levantou dúvidas sobre o depoimento do senador à Polícia Federal: “A única conversa que houve foi no salão branco”.
Moraes contou que Do Val solicitou audiência e foi recebido no salão Branco do STF. “Ele me disse que Daniel Silveira o havia procurado para dizer que, numa reunião com Bolsonaro, a ideia “genial” que tiveram era colocar uma escuta no senador para que ele pudesse me gravar e, assim, tentar solicitar minha retirada dos inquéritos. Perguntei se poderia confirmar tudo por escrito e eu tomaria o depoimento ali mesmo. Ele disse que era uma questão de inteligência e não estava disposto a dar depoimento”, contou o ministro. A declaração de Moraes contradiz o depoimento de Do Val à Polícia Federal, quando o senador mencionou duas conversas com Moraes. “Veja a que ponto chegamos, uma tentativa Tabajara de golpe”, afirmou o ministro.