Para o senador, o mundo vive seu momento mais violento e o armamento da população contribui em muito para o aumento da violência urbana
Em pronunciamento nesta segunda-feira (19), o senador Confúcio Moura (MDB-RO) manifestou preocupação com a política armamentista adotada no país nos últimos anos. O parlamentar rondoniense questionou a necessidade das guerras e criticou o alto investimento na indústria armamentista, sugerindo que o dinheiro gasto nessas armas poderia ser utilizado para eliminar a fome no planeta e investir em educação e preservação do meio ambiente.
De acordo com o senador, pesquisas recentes mostram que os gastos militares em 2023 pelos países foram de US$2,3 trilhões, cerca de R$10,9 trilhões, ou seja, um PIB brasileiro inteiro gasto com armamentos, o maior valor desembolsado depois da Segunda Guerra Mundial. ”Os Estados Unidos gastam 41% do volume dos gastos militares no mundo; a China gasta 10%; a Rússia, 5%; e o Brasil está em 14º lugar, gastando R$24,2 bilhões em recursos com armamentos, em uma verdadeira militarização da economia”, lamentou.
Confúcio Moura enfatizou ainda que a guerra, no seu ponto de vista, é estupidez humana que sempre existiu e existirá. Segundo ele, quanto mais se investe em armas, mais faltarão recursos para combater a fome e a ignorância. No entanto, o senador disse que existe no Brasil uma guerra interna que incomoda muito, que é a guerra civil de todos os dias. Seletiva, esta guerra envolve apenas territórios da periferia e jovens excluídos da vida social e do mercado de trabalho.
Para o senador, se analisarmos as estatísticas de mortes na Ucrânia e na Rússia, como também em Israel e as do Hamas e seu povo palestino, ficaremos assustados. “Nem chegam perto das mortes dos cidadãos brasileiros que acontecem todos os dias. Há uma estimativa de 60 mil mortes violentas por assassinato, no Brasil, por ano, fora os demais acidentes que, juntos, ultrapassam 100 mil mortos”, lembrou.
Confúcio Moura enfatizou que para enfrentar o crime é necessário investir em educação. “Com boas escolas e, melhor ainda, com escolas de qualidade para os mais pobres, para fazer chegar nos mais pobres a dignidade, as boas obras, as boas práticas e o apoio de que necessitam, para que se orgulhem. Na escola, como nas comunidades, há a introdução de projetos importantes, como alguns já iniciados no Brasil, isoladamente, para uma cultura da paz”, disse o senador.
Ao finalizar, o parlamentar disse que gostaria de fazer o seu culto à política de paz. “A cultura da paz deve ser cultivada em todos os ambientes da nossa vida, nas escolas, nas famílias, nas igrejas, a cultura da paz, a propagação desse sentimento verdadeiro é importante para que a gente possa prosperar, crescer, gastar o dinheiro coletado da tributação, para o bem do próprio homem, para investimento nas crianças, para a melhoria nos níveis de desigualdade social”, pontuou.