Ministro aposentado do STF começa a sondar nomes para auxiliá-lo. E Cappelli pode se juntar a Eduardo Paes, no Rio de Janeiro, tornado-se trunfo para a reeleição do prefeito
Entre os nomes cogitados para fazer parte da equipe de Lewandowski está o do jurista Manoel Carlos Neto, sondado para assumir o posto de número dois da pasta, ocupado por Cappelli. Mas pode assumir a Secretaria Nacional de Justiça, que tem o advogado Augusto de Arruda Botelho à frente. Lewandowski, porém, avalia manter alguns dos atuais auxiliares de Dino, cuja gestão é considerada exitosa por aliados do governo, embora curta.
O nome de Ana Maria Alvarenga Mamede Neves é cogitado para ocupar a chefia de gabinete do ministro. Lewandowski tem pressa para montar a equipe, pois nos próximos dias começam os trabalhos de transição. Ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro aposentado do STF prometeu dar continuidade aos projetos e políticas que estavam sendo executados na gestão Dino. Uma das prioridades é elucidar quem são os mandantes da morte da vereadora carioca Marielle Franco, assinada junto ao motorista Anderson Gomes — esta semana, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, anunciou que deve fechar o caso ainda neste primeiro trimestre.
Movimentos sociais defendem o nome de Benedito Mariano, ouvidor das polícias de São Paulo, idealizador da sigla Susp — Sistema Nacional de Segurança Pública —, na equipe de Lewandowski. O nome dele é bem aceito por políticos de esquerda e por especialistas. Pelas redes sociais, Renato Sergio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, defendeu o nome de Benedito para integrar a equipe do futuro ministro.
Prefeitura
Com a situação indefinida, Cappelli pode integrar a equipe de Eduardo Paes — que concorre à reeleição, em outubro, à Prefeitura carioca. A proposta teria sido feita ontem, segundo o site do jornal O Globo.
Cappelli, porém, não pediu demissão do ministério e está e férias com a família. Mas, a interlocutores, o ainda secretário-executivo da pasta afirmou que só decidirá o futuro depois de completada a transição da gestão de Dino para a de Lewandowski.
Também pela rede social, Cappelli não deixou Paes sem resposta. “Caro prefeito Eduardo Paes, equipe da PF no Rio já em contato com a sua equipe colhendo informações. É inaceitável que criminosos dominem territórios e cobrem taxas de empresas e na casa de moradores. Simplesmente inaceitável. Vamos agir”, publicou.
Além disso, Cappelli tornou-se o principal interlocutor de Cláudio Castro no ministério assim que o governador fluminense recorreu ao governo federal, solicitando ajuda contra o domínio das milícias e dos traficantes depois que quatro médicos foram assassinados, por engano, em um quiosque na Barra da Tijuca — um deles era o irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSol-SP).
Cappelli também foi o principal porta-voz da GLO (Garantia da Lei e da Ordem) nos portos e aeroportos fluminenses e paulistas, cuja iniciativa é asfixiar a logística dos traficantes de armas e drogas que municiam as milícias e os traficantes cariocas.