Professora atende 23 alunos com síndrome de Down, autismo, entre outros diagnósticos

A sala de Atendimento à Educação Especializada (AEE), na Escola Municipal Tancredo Neves, tem sido o segundo lar da professora Lidiane Silva nos últimos anos. Há mais de uma década lecionando no ensino infantil, foi na educação especializada que a servidora encontrou sua vocação e paixão.

Para garantir o melhor aprendizado e desenvolvimento dos alunos com algum tipo de laudo médico, Lidiane precisou se colocar na posição de aluna e estudar mais sobre o tema. Hoje, ela atende 23 alunos em condições especiais dentro da unidade.

“Minha entrada na educação se deu pelo antigo magistério. Depois concluí a graduação nas áreas de Pedagogia e Letras. Aqui, eu trabalho a questão neural e o desenvolvimento cognitivo da criança para que ela possa, justamente, desenvolver melhor as atividades na sala de aula convencional”, explica.

 São 23 alunos em condições especiais dentro da unidadeSão 23 alunos em condições especiais dentro da unidade

A professora lembra que cada criança tem o seu próprio tempo de desenvolvimento e aprendizagem e quando se trata de deficiências, síndromes ou transtornos esse tempo tende a variar a depender do diagnóstico de cada aluno.

“Nosso foco inicial é trabalhar a autonomia e a independência. Aqui, por exemplo, trabalho com crianças com síndrome de Down, autistas, portadores de TDAH, dislexia e até crianças com altas habilidades. Mas o que muitos não sabem é que o primeiro contato começa com a família para só depois partirmos para o estudo de caso e, somente assim, desenvolver o plano individualizado para cada criança”, acrescenta Lidiane.

Dona Nires Vieira, por exemplo, assistiu a melhora no aprendizado da pequena Maria ao longo dos últimos anos. A mãe, que acabou alfabetizada na pandemia junto com a filha, se emociona ao falar do papel da professora na vida das duas.

Dona Nires Vieira fala do desenvolvimento da filhaDona Nires Vieira fala do desenvolvimento da filha

“A Maria tinha, principalmente, dificuldades de interação com os outros e a Lidiane teve um papel importante nisso. Às vezes venho deixar Maria e fico horas olhando a facilidade e a paciência que ela tem com a minha filha e com as demais crianças. Parece fácil e chego a me emocionar ao ver que é um dom que ela tem. Resumindo, ela me ensinou a como lidar com a minha filha e entender que tudo vai ficar bem no final”, declara a mãe.

Na prática, Lidiane chega a acompanhar o desenvolvimento de um aluno durante todo o ensino infantil e, às vezes, até sua chegada ao ensino fundamental. Todos esses anos de acompanhamento acabaram ganhando um espaço especial na trajetória da professora.

“É maravilhoso, é incrível ver que conseguimos contribuir para o desenvolvimento dessas crianças. Não há como não se emocionar e não criar vínculos com eles e suas famílias. É um sentimento de posse e responsabilidade em dizer ‘são meus alunos’ e que contribuí para que se tornem adultos capazes e independentes”, finaliza a professora.

Fonte: Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)