Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023 aponta que Rondônia está entre os estados com maiores índices de estelionato virtual
O documento aponta que as ocorrências desse tipo de crime passaram de 2.787 em 2021 para mais de 5.932 mil registros em 2022.
O doutor em informática Fernando Dall’Igna aponta que essa onda de crimes está ligado com a frequência do uso da internet no cotidiano e principalmente com a exposição excessiva de informações pessoais nas redes sociais e a desatenção ao acessar sites que não são confiáveis.
No período da pandemia, muitas pessoas migraram para a internet sem ter um conhecimento suficiente sobre tecnologia. Essa parte da população não suspeita dos conteúdos que são vinculados no meio virtual e acabam sendo alvo fácil para os golpistas, explica Swami Otto, delegado da Delegacia Especializada em Repressão às Fraudes (Defraude).
No Brasil, segundo dados do Anuário, o número de estelionatos quadruplicaram nos últimos cinco anos: em 2022, foram registrados 1.819.409 casos do crime, 326% a mais que em 2018, quando ocorreram 426.799 registros.
O que é o crime de estelionato virtual?
O estelionato virtual é um tipo de crime praticado na internet, no qual o criminoso engana a vítima na intenção de tirar alguma vantagem de forma ilícita, segundo o especialista em Direito contratual e Responsabilidade Civil, Roberto Grécia.
O delegado da Defraude explica que os principais golpes que são aplicado no estado estão ligados a divulgação de itens que chamam atenção e beneficiam a vítima. Produtos com valores abaixo do mercado, pagamento de dívidas com desconto, boletos falsos, heranças e investimentos com “retornos”, são alguns dos exemplos.
Quais os tipos mais comuns?
Entre os crimes de estelionato por meio eletrônico mais comuns está o “phishing”.
Essa comunicação fraudulenta geralmente é feita por meio de correios eletrônicos, como os emails. A utilização do aplicativo de mensagens WhatsApp vem se tornando também uma tendência no meio dos golpistas.
Segundo o advogado, o uso da internet para diversos fins, podem ser um dos fatores de risco para a frequência desse tipo de crime. O preenchimento de informações em serviços contratuais, como em bancos, pode facilitar a aplicação de golpes virtuais.
“O autor do crime envia mensagens falsas se passando por banco, marketing de empresas ou informando que a vítima ganhou um valor, por exemplo. Recentemente, houve um aumento muito grande de golpes por WhatsApp, onde os estelionatários fingem ser parentes da vítima, oferecem investimentos e até vendas de produtos”, explica Roberto Grécia.
Dados pessoais na internet
O aumento no número desses tipos de crimes esta ligado também à falta de segurança na internet. Sistemas e softwares desatualizados e que não seja confiáveis podem comprometer o armazenamento seguro de informações pessoais, segundo o doutor em informática.
Ainda conforme o especialista, a falta de atenção é um outro fator comprometedor. Um exemplo é quando os usuários baixam aplicativos celulares sem verificar quais permissões estão sendo solicitadas para usa-los.
“Essas solicitações são para acessar a sua lista de telefone, registros de chamadas, câmera e fotos…. e simplesmente são aceitas para fazer o aplicativo funcionar. Essas informações podem estar sendo repassadas para outras pessoas para diversos fins, como aplicação de golpes”.
Ele explica ainda que o uso das redes sociais de forma expansiva facilita a aplicação de golpes. Localização em tempo real, número de telefone, nome completo e endereços são algumas informações que são expostas na internet e ajudam os criminosos a conhecerem melhor o perfil da vítima.
Métodos para se proteger contra golpes
Fernando Dall’Igna, explica que é importante tomar cuidados com os conteúdos virtuais, principalmente dados pessoais.
Fonte: g1ro