De queridinho a desafeto em pouco menos de três meses. As duras palavras de Arturo Vidal após a estreia pelo Athletico-PR surpreenderam Jorge Sampaoli e estremeceram definitivamente uma relação de mais de uma década que se deteriorou em meio ao silêncio nas últimas semanas de Flamengo.
Não é de hoje que o argentino e o chileno se conhecem. Vidal foi um dos pilares da seleção comandada por Sampaoli que deu ao Chile o primeiro título de sua história: a Copa América de 2015, em casa. Até por esse retrospecto, a definição de “perdedor” foi recebida com espanto pelo técnico rubro-negro:

– Me sinto muito feliz de jogar. Sempre estive preparado. Somente tive um treinador, um perdedor que não sabe apreciar os jogadores. Mas ficou para trás – disse o volante após a vitória do Furacão sobre o Bahia, na Arena da Baixada.

Nos corredores do Ninho do Urubu, a percepção era de que Vidal não lidou bem com a perda de espaço no Flamengo. Apesar do início com oportunidades como titular, foi com o ex-amigo Sampaoli que o chileno menos jogou desde que chegou ao clube, há um an

Titular em quatro dos cinco primeiros jogos com o argentino, Vidal perdeu espaço à medida que Sampaoli passou a priorizar jogadores que imprimam maior intensidade ao jogo. Após os trabalhos voltados para a parte física na última data Fifa, as chances praticamente cessaram e ficou nítido que o volante estava fora dos planos.

No últimos oito jogos em que esteve à disposição no Flamengo, Vidal somou somente sete minutos, saindo do banco em duas oportunidades. Em outras seis, ficou o tempo inteiro entre os reservas e não escondeu o desconforto.

Jorge Sampaoli e Vidal Chile — Foto: Divulgação

Jorge Sampaoli e Vidal Chile — Foto: Divulgação

A perda de espaço, por sua vez, não gerou nenhum tipo de cobrança ou sequer um bate-papo entre jogador e treinador para detalhar a situação. Outro que tem tido pouca oportunidade, Varela chamou Sampaoli para conversar e recebeu a promessa de liberação caso algum outro clube se interessasse, por exemplo.

O silêncio de parte a parte esfriou a relação, até que Vidal tratou diretamente com a diretoria, em parceria com seu empresário, uma liberação. Sampaoli deu o ok, mas ponderou ao clube que uma lacuna fica aberta.

– A necessidade é de repor a saída de Vidal. Estamos buscamos alternativas, nessa posição de volante misto. Um time para lutar por coisas importantes em um ano difícil, de transição, tem que ter a possibilidade de ter um jogador que resolva, por si só, determinadas coisas no campo – disse o técnico após o empate com o Fluminense.

O período em que teve mais oportunidades, por sua vez, foi com Dorival Jr. No primeiro semestre pelo clube, Vidal foi a campo em todas as 26 vezes em que foi relacionado: 12 desde o início e 14 substituindo um companheiro.

Fonte: ge