Atual campeã do Mundial de construtores, a RBR segue impondo sua dominância na F1 2023, com cinco vitórias em cinco etapas – mas nem sempre foi assim nos últimos anos. A categoria também tem um histórico recente de dominância da Mercedes, que deu as cartas do início da era dos motores híbridos (2014) até 2021. Para o bicampeão Max Verstappen, a espera pelo sucesso da equipe de energéticos em meio ao êxito rival ensinou-lhe a ter paciência.

– Nunca tive dúvidas (sobre o projeto da RBR), mas você tem que ser paciente. Acho que aprendi (a ter) muita paciência ao longo dos anos, mas sempre acreditei no projeto pela forma que via as pessoas trabalhando, e quão motivadas elas estavam para realmente retornar ao topo – disse Max, acrescentando:

– Você não pode forçar e simplesmente dizer, você sabe, (que) éramos a terceira melhor equipe em um certo ponto e (que) precisamos vencer agora. É um processo, você aloca algumas pessoas em posições diferentes, talvez, junta um bom grupo.

Para Verstappen, esse processo teve início em 2016, quando foi promovido à equipe principal do conglomerado de energéticos, substituindo Daniil Kvyat na RBR. O piloto holandês conquistou cinco vitórias na F1 até o fim de 2018, mas foi na temporada seguinte que começou a se firmar.

Há quatro anos, Verstappen terminou um Mundial no top 3 pela primeira vez, somando três triunfos. Na mesma temporada, no GP da Hungria de 2019, Max conquistou a primeira pole da carreira.

A virada de chave veio mesmo em 2021, quando a RBR enfim passou a ameaçar o domínio da Mercedes. A décima vitória de Verstappen na temporada – no polêmico GP de Abu Dhabi, marcado por erro humano que culminou em ultrapassagem sobre Lewis Hamilton – rendeu ao holandês o sonhado primeiro título na F1.

– Em certo ponto, as coisas “clicaram” de um ano para o outro e você deu um salto adiante. É claro, depois é fácil dizer: “Ah, eu já previa, blá, blá”. Você não sabe, mas eu confiei no processo em que estávamos, porque sentia que estávamos indo em direção a algo.

Na opinião de Max, um ponto definidor do sucesso foi o acordo com a Honda, que passou a fornecer motores à RBR em 2019. De 2007 a 2015, período que contempla o tetracampeonato (2010-2013) austríaco, a equipe teve motores Renault – que, para o projetista Adrian Newey, falhou na concepção da unidade de potência no início da era híbrida. Até a chegada da fabricante japonesa, a RBR usou motores TAG Heuer.

– Tivemos alguns anos com acordos de motores se despedaçando, e foi um pouco difícil. Às vezes tínhamos um pacote bem decente, mas faltava velocidade máxima. E isso dificultou que mostrássemos o potencial verdadeiro. Quando a Honda chegou, era um pouco de um trabalho em progresso. Mas depois de um ano nos tornamos bastante competitivos, e era simplesmente ótimo de ver – finalizou.

Aos 25 anos, Max Verstappen acumula 38 vitórias na Fórmula 1 – a sexta melhor marca da história da categoria – e dois títulos. Em 168 GPs disputados, o holandês ainda conquistou 22 pole positions e 82 pódios. Na temporada 2023, o piloto da RBR lidera o Mundial de pilotos com 119 pontos.

Fonte: ge