Há, ainda, muitas questões a serem definidas em relação ao imbróglio do IPTU, um verdadeiro furacão que atingiu Porto Velho, com consequências que, neste momento, são impossíveis de se avaliar, em toda a sua plenitude.
Não há ainda nenhuma certeza (além da que os valores exagerados, que seriam cobrados numa só vez, não mais o serão) sobre quando, como e muito menos quanto cada morador, que possui imóvel na Capital do Estado, vai pagar pelo tributo. Há também outras verdades, embora nem todas definitivas.
O rompimento de parte dos vereadores, temerosos da reação do seu eleitorado, com a Prefeitura, é uma das verdades deste momento.
O prefeito Hildon Chaves está tentando reconstruir sua base na Câmara, mas é óbvio que está enfrentando muitas dificuldades.
Um grupo de 14 edis, todos eles antes do episódio, aliados fiéis da administração municipal (muitos com cargos e mais cargos na Prefeitura) concluíram que seria melhor, todos de olho na eleição municipal de 2024, perder os anéis dos cargos do que o risco de perder os dedos, pela reação raivosa de muitos porto-velhenses, pelo lava mãos dos edis, que votaram a favor, por unanimidade, do polêmico projeto. O grupo dos 14, que aliás, neste sábado, fez uma reunião a portas fechadas para tomar decisões, trocou a boa relação com o governo de Hildon Chaves, pelo que considera uma chance de sobrevivência política.
Claro que os desdobramentos mais importantes do caso virão via novas negociações, novas alternativas, mais tentativas de contornar o grave problema que atingiu, tal um tsunami, tanto o grupo do Prédio do Relógio, do governo municipal, quanto todos os membros da Câmara Municipal de Vereadores.
Afora tudo isso, há várias entidades envolvidas no assunto, exigindo não só a revogação do projeto de preços superdimensionados, como também a segunda alternativa da Prefeitura, de diluir os valores do IPTU em dez longos anos. Entram no jogo, ainda, os grandes interesses políticos que envolvem a disputa pelo comando do município, pela eleição de outubro do ano que vem, que parece distante, mas para uma terra onde termina uma eleição e começa outra, está, na verdade, muito perto.
O que o porto-velhense espera é que as autoridades conversem, busquem um acordo correto e entreguem para a cidade um projeto justo, que possa começar a corrigir o não reajuste do valor venal dos imóveis por 20 anos, mas que, também, não chegue a valores tão estratosféricos, como os que acabaram causando toda essa crise, num momento em que Porto Velho estava indo muito bem, com boa administração, avanços concretos e perspectivas bastante positivas para o futuro próximo.
Prefeitura, Câmara e entidades envolvidas no assunto, precisam priorizar os interesses maiores da população e não os seus.
Não há outra saída, dentro da sensatez e do bom senso, para acabar com a crise. A solução está nas mãos das autoridades e dos nossos representantes. Que resolvam!