Texto escrito por Eunicinha Lourenço
Lideranças da comunidade negra de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Goiás, Bahia, Amazonas, e Tocantins se organizam para falar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para indicar o jornalista Walter Brito como ministro da Igualdade Racial. O jornalista Walter Brito foi professor de matemática da Rede Pública do Estado de Goiás em sua juventude plena, é bacharel em Direito pela Universidade Paulista – UNIP, foi diretor administrativo e financeiro da Fundação Cultural Palmares, quando substituiu o presidente da instituição por diversas vezes nos três anos que permaneceu na Palmares, inclusive, para representar o governo federal na homenagem ao líder negro sul- africano Nelson Mandela em 1991 no Espírito Santo, em parceria com o então governador negro Albuíno Azeredo. Tanto no evento realizado no Estádio Cariacica com 8 mil pessoas, quanto no jantar realizado no Palácio Anchieta, o jornalista falou representando o presidente da República.
Walter Brito foi também como presidente substituto da Fundação Palmares em 1993, responsável pelas despedidas fúnebres do ator Grande Otelo. Além de participar da organização do evento fúnebre ocorrido no Palácio Gustavo Capanema no Rio de Janeiro com a presença de populares, meio artístico-cultural e empresarial, além de personalidades, tais como Oscar Niemeyer, o então governador Brizola, o ministro da cultura, o embaixador Gerônimo Moscardo, o então presidente da República Itamar Franco, o cantor Martinho da Vila e o ator Milton Gonçalves, entre outros. No dia seguinte o jortalista organizou o sepultamento em Uberlândia-MG, com Honras de Chefe de Estado e a participação de mais de 20 mil pessoas, entre as quais todos os filhos do protagonista de Macunaíma. No final do evento fúnebre, o ator Pratinha, filho de Otelo, falou em nome da família, o então deputado federal e ex-apresentador da TV Globo Hélio Costa fez seu pronunciamento em nome dos artistas, enquanto o jornalista Walter Brito falou representando o presidente da República Itamar Franco.
O jornalista Walter Brito é autor do livro “Memórias de uma família negra brasileira”, lançado em 2006 no Teatro Nacional em Brasília com a presença de mil pessoas. A capa do livro do jornalista que se encontra na quarta edição é do artista plástico Siron Franco, e apresentação de José Sarney, ex-presidente da República e membro da Academia Brasileira de Letras. Vale lembrar ainda que o jornalista Walter Brito é suplente de vereador no Rio de Janeiro, oportunidade em que concorreu na eleição 2020 pelo PDT, tendo como bandeira a causa negra. Ele também é suplente de deputado federal em São Paulo, onde reside atualmente, e disputou a eleição pelo PROS, quando pediu votos para Lula da Silva. Vale lembrar que o jornalista percorreu por dois anos todas as regiões do Estado de São Paulo na defesa da causa negra, quando lançou a segunda edição de sua obra no dia 26 de fevereiro de 2021, no Restaurante Africano Byiou’z na Consolação – SP.
A referida edição já tinha sido lançada no dia 6 de novembro de 2020, no Salão Nobre do Othon Palace Hotel no Rio de Janeiro. A terceira edição da obra do escritor e também cientista político WB foi lançada no dia 14 de julho de 2022, no Museu Histórico Conselheiro Rodrigues Alves, na cidade de Guaratinguetá-SP. Em todos os eventos, os militantes da causa negra se fizeram presentes de forma muito forte. Lembrando ainda que WB escreve há 42 na defesa inconteste da igualdade de oportunidades para a mulher e para o povo negro.
Como jornalista político, de Leonel Brizola e o Ulysses Guimarães para cá, WB entrevistou boa parte das personalidades da política nacional, além de ter trabalhado em alguns gabinetes da Câmara Federal como assessor de imprensa, no Senado, na Assembleia Legislativa de Goiás – ALEGO e na Assembleia Legislativa de São Paulo-ALESP. A reportagem entrevistou a líder da Comunidade negra de São Paulo e presidente do Conselho de ética das favelas do Brasil, Carla Severiano, que disse: “Estamos na militância da causa há quase três décadas, morei em diversos países africanos, combato o bom combate na luta pela igualdade de oportunidades para a comunidade negra em São Paulo. O jornalista Walter Brito tem todos os requisitos, além de ser um excelente quadro técnico e um intelectual reconhecido e respeitado por sua obra literária, seus artigos diários publicados na mídia nacional, além de suas palestras pelo Brasil e o mundo.
Certamente é um grande nome para ocupar o Ministério da Igualdade Racial. No dia 27/10, data do aniversário do presidente Lula da Silva, eu, junto com ele, o vereador Eduardo Matarazzo Suplicy (PT/SP) e dezenas de companheiras e companheiros da militância negra fizemos realizar, às vésperas da eleição mais disputada de nossa história, na Praça da Liberdade em São Paulo, o ‘Tributo a Seu Jorge,’ quando dissemos ao país e ao mundo que não aceitamos mais o racismo, como o caso ocorrido de forma escancarada no Rio Grande do Sul contra um dos ícones da música brasileira, Seu Jorge. Portanto, presidente Lula: Queremos o jornalista Walter Brito como Ministro da Igualdade Racial”, concluiu.
A reportagem alcançou na gloriosa cidade de Santos o militante da causa negra há três décadas, o dr. Décio Couto Clemente, conselheiro do Santos Futebol Clube, que disse o seguinte: “O jornalista Walter Brito é certamente o único líder negro brasileiro capaz de unir no Ministério da Igualdade Racial a militância negra da esquerda, do centro e da direita não radical. A nossa causa está acima de ideologias partidárias e precisamos da unidade na diversidade, conforme pregou Nelson Mandela”, afirmou Décio. Falamos também com o professor universitário baiano e mestre em capoeira, o dr.Jairo Bamberg, que disse: “Nossa luta vem de longe e conheço Walter Brito há 33 anos.
Conheci seu saudoso pai, o mestre Vespa, o alfaiate dos alfaiates, como conheci dona Dejanira, porteira de uma escola em Goiás. Eles criaram com muita dignidade oito filhos, todos fizeram curso superior e dois deles foram prefeitos no Nordeste Goiano e no Entorno de Brasília, o Wagner em Flores de Goiás e o dr. Waldir em Vila Boa. Ambos são filiados ao partido dos trabalhadores, como os demais. O doutor Waldir conquistou dois mandatos pelo PT goiano de 2005 a 2012, quando foi um dos prefeitos mais votados do Estado de Goiás. Em Vila Boa, o então ministro da Educação Cristovam Buarque construiu a primeira Escola Modelo no governo Lula.
Pra finalizar, na reeleição do doutor Waldir eu tive o prazer de ter ao meu lado no palanque em Vila Boa, o deputado distrital Chico Vigilante (PT/DF) e a eterna deputada federal Érica Kokay (PT/DF). Finalmente, fui assessor da Fundação Palmares e sou testemunha da boa administração feita pelo competente professor, escritor e jornalista Walter Brito, ocasião em que a instituição só tinha dois funcionários. Depois de tornar-se nos anos seguintes uma referência da comunidade negra, o nosso símbolo de lutas, conquistas e vitórias, certamente foi muito prejudicado por um senhor, que por lá passou”, concluiu J. Bamberg.