De acordo com a Folha de S.Paulo, magistrados trocaram mensagens e debateram sobre ações policiais às vésperas das eleições
Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) desconfiam de que a ação da Polícia Federal que teve como alvo o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), seja uma tentativa de interferência no processo eleitoral, já que o político é do grupo do senador Renan Calheiros (MDB-AL), oponente do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e de Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com a Folha de S.Paulo, magistrados trocaram mensagens e debateram sobre ações policiais às vésperas das eleições. Eles enxergam que casos como o de Dantas, que teve seu afastamento determinado por Laurita Vaz, ministra do STJ (Supremo Tribunal de Justiça), podem influenciar na escolha do eleitor, o que pode ser futuramente discutido no Supremo.

Calheiros afirma que Vaz é bolsonarista e não tinha competência legal para tomar uma decisão como esta, além de dizer que a PF de Alagoas é hoje “a Gestapo” de Arthur Lira e, assim como a polícia secreta na Alemanha nazista, é usada por ele para perseguir adversários políticos.

O senador ainda diz que Lira “levou uma surra” nas urnas em Alagoas e usa “o aparelhamento do Estado” para tentar ganhar no tapetão. Já o presidente da Câmara nega a interferência e também qualquer ligação com o comando da PF de Alagoas.

Segundo Arthur Lira, Renan está politizando o assunto e que “uma decisão do STJ neste calibre deve ter respaldo jurídico muito forte ou fatos muito contundentes para ter acontecido”.