Agentes da Polícia Federal (PF) cumpriram cinco mandados de busca e apreensão em uma madeireira de Porto Velho, nesta terça-feira (28), em mais uma operação contra crimes que envolvem produtos florestais.

Chamada de Paper Wood, a operação descobriu uma organização criminosa que estava fraudando o Sistema Oficial de Controle de Produtos Florestais (Sisdof) para comercializar madeira ilegal com aparência de lícia.

Segundo a PF, os alvos da operação são pessoas físicas que vinham gerando créditos fictícios quanto ao produto florestal.

Na ação desta terça-feira, os agentes fiscalizaram o pátio da madeireira de Porto Velho com objetivo de verificar a “compatibilidade do saldo de madeira constante do pátio com o respectivo registro no SISDOF”.

Além de policiais federais, agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) participaram da operação.

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão na serraria investigada, todos expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal, que determinou também o sequestro e bloqueio de bens dos investigados (avaliados em R$ 2,5 milhões).

Como a fraude foi descoberta?

Segundo a PF, a fraude contra o Sistema Oficial de Controle de Produtos Florestais (Sisdof) foi descoberta após o Ibama detectar que empresas madeireiras de “fachadas” estavam operacionalizando o SISDOF e gerando créditos de produto florestal para “calçar” madeira ilegal.

Operação Paper Wood, em Rondônia: agente cumpre mandado de busca — Foto: PF/Reprodução

Operação Paper Wood, em Rondônia: agente cumpre mandado de busca — Foto: PF/Reprodução

A partir do crime detectado, a PF fez diligências e descobriu ainda que várias madeireiras que usavam o SISDOF não existiam fisicamente.

“Além disso, descobriu-se que essas empresas eram constituídas em nome de “laranjas” para evitar a identificação dos criminosos”, indicou a investigação.

No curso da operação Paper Wood, os policiais identificaram o líder da organização criminosa e principal idealizador do esquema de fraude ao SISDOF.

Esse esquema criminoso permitiu a comercialização no mercado nacional e internacional de diversas essências de madeiras extraídas ilegalmente de áreas protegidas”, afirma a PF.

Segundo a PF, os integrantes da quadrilha poderão responder por lavagem de capitais, organização criminosa, falsidade ideológica, receptação e transporte ilegal de produto florestal, cujas penas máximas podem chegar a 28 anos.