Mohammed ben Sulayem, presidente da entidade, previu que o heptacampeão pode ser multado e ressaltou caráter universal das regras na F1
Embora a contragosto, o heptacampeão Lewis Hamilton recebeu da Federação Internacional do Automobilismo (FIA) um prazo que termina no GP de Mônaco, em 29 de maio, para remover seu piercing e adequar-se à regra que proíbe os pilotos de usarem joias na Fórmula 1. E o presidente da entidade, Mohammed ben Sulayem, já adiantou que não haverá exceções na aplicação da norma.
– Isso é com ele. Há multas que se aplicam. É como se alguém acelerasse na estrada; você não pode impedi-los, mas eles serão multados mesmo se foi acidental. Você não pode deixar as pessoas isentas porque são suas amigas. Tem que haver uma regra para todos – observou.
A norma já existia na F1, mas foi reforçada em abril no GP da Austrália pelo novo diretor de provas da categoria Niels Wittich. Novamente corroborada na última prova do campeonato, no GP de Miami, a polêmica surgiu.
Hamilton apareceu na coletiva de imprensa da etapa com três relógios, oito anéis e vários colares, e ainda minimizou a possibilidade de ser suspenso por não cumprir a regra. No entanto, ele acabou cedendo e removendo os brincos para disputar a prova – recebendo um prazo que termina em 29 de maio, no GP de Mônaco, para tirar seu piercing.
– Não vou cumprir. Tenho uma isenção e vou ter outras pelo resto do ano. Alianças de casamento são permitidas. Vou usar quatro relógios da próxima vez – disse o piloto da Mercedes.
Mohammed ben Sulayem, presidente da FIA — Foto: Reuters
Wittich alega que os acessórios podem aumentar a transmissão de calor no caso de incêndio, potencializando o risco de queimaduras.
Ele destacou, ainda, o risco de prejudicar procedimentos clínicos, exames em situação de emergência, das peças serem engolidas ou até ferir os pilotos caso um de seus equipamentos seja removido de forma abrupta durante um resgate.
Acidente F1 GP do Barein Roman Grosjean — Foto: REUTERS/Bryn Lennon
Hamilton, no entanto, explicou que seu piercing é feito de platina e nunca atrapalhou seus exames médicos. O ex-F1 Romain Grosjean, que escapou de um incêndio após o grave acidente no GP do Bahrein de 2020 também apoiou o ex-rival e disse ter sido protegido pela sua aliança no choque.
As alianças, porém, seriam uma exceção à regra que a FIA deseja aplicar. Ben Sulayem ainda contrariou as sugestões do heptacampeão, Gasly e Vettel de que a escolha deveria ser dos pilotos:
– Eu amo joias, absolutamente amo. Mas no carro não pode haver decisão própria. As pessoas questionam que as regras não foram implementadas antes. Não me pergunte o por quê. Mas podem perguntar aos antigos gestores, porque é esse o caso.
A F1 retorna neste fim de semana com o GP da Espanha, no Circuito da Catalunha em 22 de maio.
Fonte: ge