Nas últimas semanas, o senador subiu o tom na defesa das eleições e rebateu ataques do chefe do Executivo contra o poder Judiciário
O parlamentar usou as redes sociais, sexta-feira (13/5), para defender o Estado democrático de direito. “É inacreditável que em 2022, com todos os problemas que temos no país, ainda seja necessário defender a democracia dos diversos ataques. A democracia é a única forma de convivermos de forma harmônica e avançarmos como nação. Não há outro caminho aceitável”, escreveu.
Nas últimas semanas, o senador subiu o tom na defesa das eleições e rebateu ataques do chefe do Executivo.
Em 14 de abril, Bolsonaro disse que as urnas eram “penetráveis” e afirmou que as “Forças Armadas estavam cuidando disso”. Quatro dias depois, Pacheco se reuniu com o presidente do TSE, Edson Fachin, e destacou haver “um alinhamento importante do Senado e da Justiça Eleitoral”. Ainda elogiou o trabalho da Corte.
No dia 27 do mesmo mês, durante o evento no Planalto, o presidente sugeriu suspeição das eleições se “ocorrer algo anormal”. No dia seguinte, o senador enfatizou que “não tem cabimento levantar qualquer dúvida sobre as eleições”.
Em 5 de maio, o chefe do Executivo anunciou que o PL contrataria uma empresa para auditar os votos de outubro. Novamente, no dia seguinte, o presidente do Senado ressaltou que a responsabilidade pelo processo eleitoral cabe ao TSE e que a segurança das urnas era “um tema superado”.
Na avaliação de André César, cientista político sócio da Hold Assessoria Legislativa, os acenos de Pacheco ao STF e ao TSE, “em tempos normais”, seriam considerados naturais dentro do processo eleitoral, mas se tornam valiosos, uma vez que há “uma tentação autoritária” por parte do governo Bolsonaro.
“Neste momento de crise, Pacheco chama o jogo para si e vem ganhando espaço. É o agente que vem falando mais grosso. Nessa defesa, ele pauta o Judiciário, a imprensa”, avaliou. “Apesar de o STF ser alvo dos ataques, Pacheco falou mais grosso que Fux.”
Já para o professor de ciência política Valdir Pucci, Pacheco pensa a longo prazo. “Ele faz essas declarações e se coloca nessa posição de apoiar e defender o Judiciário contra os ataques de Bolsonaro, talvez, porque esteja projetando mais à frente, para as eleições de 2026 ou até 2030”, destacou.