Ministro deu declaração ao comandar última sessão como presidente do TSE. Na sequência do discurso, citou investigações sobre declarações de Bolsonaro contra sistema eleitoral.
O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta quinta-feira (17) que tentativas de desacreditar o processo eleitoral configuram “repetição mambembe” do que fez Donald Trump nos Estados Unidos após ter pedido as eleições de 2020.
Barroso deu a declaração ao fazer um discurso em sua última sessão como presidente do TSE.
Após as eleições americanas, Trump, então presidente, moveu diversas ações na Justiça afirmando sem provas que houve fraude na contagem dos votos. Todas as ações foram rejeitadas, e Joe Biden assumiu o poder.
Ao discursar nesta quinta, Barroso afirmou que “vocações autoritárias” em várias partes do mundo buscam desacreditar o processo eleitoral.
“Uma das estratégias das vocações autoritárias em diferentes partes do mundo é procurar desacreditar o processo eleitoral, fazendo acusações falsas e propagando discurso de que ‘se eu não ganhar, houve fraude’. Trata-se de repetição mambembe do que fez Donald Trump nos Estados Unidos, procurando deslegitimar a vitória inequívoca de seu oponente e induzindo multidões a acreditar na mentira”, declarou Barroso nesta quinta.
Em seguida, o presidente do TSE citou uma série de ações adotadas pelo tribunal em relação ao presidente Jair Bolsonaro, que costuma atacar o sistema eleitoral brasileiro sem apresentar provas.
Barroso mencionou:
- Instauração de procedimento administrativo exigindo a apresentação de provas de fraudes alegadas pelo presidente da República;
- Notícia-crime contra o presidente da República por reiterada divulgação de notícias fraudulentas;
- Notícia-crime contra o presidente da República por vazamento de informações sigilosas constante de inquérito igualmente sigiloso da Polícia Federal.
“Desnecessário enfatizar que as provas [de que houve fraudes nas eleições] não foram apresentadas porque simplesmente não existem”, declarou Barroso.
Fonte: g1