Mais de 800 km² de florestas em Rondônia estão em risco de desmatamento para o ano de 2024, conforme apontou a plataforma de inteligência artificial PrevisIA, desenvolvida pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

A ferramenta tem assertividade de 70% e foi criada para ajudar a direcionar ações de proteção para áreas ameaçadas.

Em toda a Amazônia Legal são mais de 8 mil km² com algum nível de ameaça entre julho de 2023 e agosto de 2024. O Pará é o estado que lidera em florestas sob risco, com 38% da área total, seguido por Mato Grosso (17%) e Amazonas (16%).

Rondônia aparece em quinto lugar no ranking geral, com pouco mais de 819 km² de área de florestas em risco, o equivalente a uma devastação de mais de 200 campos de futebol por dia.

Porto Velho em destaque

Entre os 10 municípios com maiores áreas com algum nível de risco de desmatamento em toda a Amazônia Legal, a capital rondoniense aparece em terceiro lugar, com mais de 250 km² ameaçados, atrás apenas de São Félix do Xingu (PA), com cerca de 305 km², e Altamira (PA), com pouco mais de 255 km².

Áreas de proteção

Entre as áreas protegidas, territórios de Rondônia também aparecem nas listas entre os dez mais ameaçados, incluindo a Terra Indígena Karipuna, a Reserva Extrativista Jaci-Paraná e a Estação Ecológica Soldado da Borracha.

Queda na taxa de desmatamento e mudança das estimativas

Os dados do PrevisIA foram atualizados recentemente com informações do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), divulgadas em novembro deste ano, que apontam para uma redução no desmatamento de 22,37% em 2023, em comparação com o ano anterior.

Os dados do Prodes são uma das variáveis utilizadas pela inteligência artificial para prever áreas sob risco de destruição. Por isso, após a atualização, a estimativa da ferramenta para 2024 caiu de 10.190 Km² para 8.959 km² em toda a Amazônia Legal.

O que é a PrevisIA

A PrevisIA é uma plataforma que utiliza inteligência artificial para indicar áreas sob risco de desmatamento na Amazônia. Criada pelo Imazon em parceria com a Microsoft, a ferramenta analisa um conjunto de variáveis como:

  • presença de estrada legais e ilegais,
  • desmatamento já ocorrido,
  • classes de territórios,
  • distância para áreas protegidas,
  • rios,
  • topografia,
  • infraestrutura urbana e
  • informações socioeconômicas.

O objetivo é fornecer informações para que medidas possam ser tomadas antes que as áreas de floresta sejam devastadas.